Atualmente, o aterro absorve
lixo de três cidades, mas tem capacidade para atender toda a região
Por Redação da Folha –
Coragem, fé e conhecimento são ingredientes para concretizar qualquer sonho.
Mas no caso do advogado e empresário piancoense Remígio Júnior foi preciso tudo
isso e mais um milhão e meio de reais. Esse foi o tamanho do investimento até
agora na Emlurpe (Empresa de Limpeza Urbana), um moderno aterro sanitário
construído no sítio Saboeiro, município de Piancó, há quase quatro anos. Uma
frase escrita na frente da sede do empreendimento resume o sentimento do
proprietário: "aqui o dono é Jesus".
Na manhã desta sexta-feira,
3, dia do seu aniversário de 51 anos, Remígio Júnior abriu as portas do
empreendimento à imprensa regional para mostrar como funciona o aterro, que
hoje absorve o lixo de três cidades (Aguiar, Pedra Branca e Curral Velho), mas
tem capacidade para atender todo o Vale, dando destinação correta aos resíduos
sólidos produzidos por cem mil pessoas.
“Muita gente pensa que
aterro sanitário é somente um buraco no chão cheio de lixo, e não é assim: é
uma obra cara e complexa, mas muito importante para o meio ambiente porque
evita a degradação da natureza ao absorver os rejeitos que iriam para as matas
e rios”, disse Remígio, ao informar que a principal dificuldade para montar o
aterro, além dos equipamentos e obras estruturais, foi a regularização
documental: “são muitas exigências para você conseguir autorização para
funcionar, e nós levamos um ano inteiro somente para conseguir essa
documentação, mas, graças a Deus e muito esforço, foi tudo regularizado”.
Além do escritório
administrativo e do alojamento, o aterro sanitário tem dois pontos essenciais:
o primeiro é o galpão, onde o lixo vindo das cidades é depositado e, em
seguida, passa por uma seleção onde os resíduos são separados conforme sua
categoria: materiais recicláveis como alumínio, papelão, plástico e outros são
organizados e vendidos. Uma cooperativa de catadores é que explora esse serviço
e gera emprego para dez pessoas, com perspectiva de duplicar esse número nos
próximos meses.
O restante do rejeito, tudo
o que não é reciclável, especialmente o lixo orgânico, é encaminhado para o
aterro, também chamado de célula, que é o segundo ponto mais importante do
empreendimento. Hoje, conforme o empresário, somente 25% dos resíduos que
chegam à empresa são aterrados e, futuramente, com a aquisição de um
triturador, serão apenas 5%. Isso porque todo o lixo orgânico será transformado
em adubo para a agricultura. “Ou seja, quase todo o lixo será reaproveitado”,
comentou entusiasmado.
A empresa, além da
importante contribuição que está dando à natureza, também é uma opção para as
Prefeituras regionais. Elas precisam se adequar à Lei Nacional de Resíduos
Sólidos, que só vai tolerar os lixões até agosto deste ano. A partir dessa
data, prefeitos e municípios serão duramente penalizados se continuarem jogando
lixo no meio ambiente, comprometendo a natureza e a saúde pública.
Atualmente, duas das maiores
cidades regionais, Itaporanga e Piancó, continuam depositando seu lixo
irregularmente na natureza, apesar de terem um aterro sanitário na porta de
casa. Interesses políticos motivam essa irregularidade. Ao alugarem áreas
naturais para deposição indevida de rejeitos, essas Prefeituras utilizam o
próprio dinheiro público para degradar o meio ambiente, ou seja, cometer um
crime ambiental.
Fonte:folhadovali.com.br
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