O
coordenador do Fórum Nacional de Saúde do Judiciário na Paraíba e da Câmara
Técnica de Saúde, juiz Marcos Coelho de Salles, disse que o Fórum está em
entendimentos com a presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Fátima
Bezerra Cavalcanti, para a criação de uma Vara com competência específica para
julgamento das ações de saúde.
A
criação da Vara Especial de Saúde é uma recomendação do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) a todos os presidentes de Tribunais de Justiça do país. Até o
momento, apenas os TJs de São Paulo e do Rio Grande do Sul implantaram essa
unidade judicial específica, que vêm produzindo resultados positivos, segundo
informou o magistrado.
“Esperamos
que aqui, na Paraíba, também seja criada essa vara específica. Estou mantendo
contato com a desembargadora Fátima Bezerra para que efetivamente a gente possa
instalar Varas Especiais da Saúde, com competências específicas para julgar as
ações da saúde e tentar, com mais esse mecanismo, dar celeridade e eficácia a
esses julgamentos. Estamos avançado nos diálogos entre o Fórum Nacional de
Saúde e a presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba”, reforçou.
Com
o propósito de aproximar os poderes Judiciário e Executivo, o CNJ criou o
Comitê do Fórum Nacional de Saúde e recomendou a cada Tribunal de Justiça
estadual que estabelecesse o seu Fórum. Em setembro de 2012, o TJPB criou o seu
Comitê e sua Câmara Técnica, esta última a partir de uma parceria com o governo
do Estado.
Conforme
explicou Marcos Salles, o propósito do Comitê Estadual é de aproximar os dois
poderes para que tenham um diálogo institucional, com o fim de assegurar
benefícios ao cidadão. Também para que o Executivo e o Judiciário possam
oferecer meios adequados para que toda a sua demanda de saúde ou de sua
assistência à saúde seja feita em tempo célere e rápido. “Afinal de contas,
quem está doente quer a cura ou o tratamento de sua patologia”, ressaltou.
A
Câmara Técnica de Saúde tem como função esclarecer dúvidas em âmbito de:
Regulação pelo SUS, liberação pela ANVISA, dispensação, entre outras questões,
nas áreas de procedimentos médicos, medicamentos e nutrição especial (dietas
enterais e parenterais).
De
acordo com a técnica reguladora da Câmara Técnica de Saúde, Michele Cavalcante,
no primeiro momento o órgão vinha dando conta da demanda dos juízes das Varas
da Fazenda, para onde vão os processos relativos às questões de Saúde.
“Nós
fazíamos os pareceres só para João Pessoa. Depois, abriram para analisar as
demandas de Campina Grande e, por fim, de todo o Estado. Somos poucos
profissionais para fazer pareceres de até 30 páginas. Então, começamos a não
dar conta da demanda”, explicou Michele, ao observar que a Câmara Técnica
chegou a receber até 60 processos para dar parecer, contando apenas com sete
profissionais (um médico, uma nutricionista, quatro farmacêuticos e uma técnica
reguladora.).
Desde
que foi criada, a Câmara já recebeu mais de 440 processos, mas só emitiu 193
pareceres. “Nós não trabalhamos exclusivamente para a Câmara Técnica,
especialmente os médicos. E a orientação que recebemos do SUS, desde o primeiro
momento, é que nossos pareceres teriam que se basear nas leis do Ministério da
Saúde, com fundamentação científica, e com bases internacionais. Daí termos no
mínimo 30 páginas”, explicou.
Em
maio deste ano, numa reunião com o juiz Marcos Salles, ficou acertado para que
os técnicos passassem a dar pareceres em forma de nota técnica e em caso do
magistrado necessitar de maiores informações, ele pode solicitar mais
explicações. De acordo com Michele, dessa forma, a tendência é que esses
pareceres saiam com maior rapidez.
Audiências
públicas – Por fim, o juiz Marcos Salles informou que uma nova medida que vem
sendo aplicada é a realização de audiências públicas com o propósito de levar
ao conhecimento das autoridades Judiciárias e, também, de outros poderes, assim
como o da população para que saibam de que maneira devem agir em certas
situações. “Nós fizemos isso para tratamento de mal de Parkinson e alguns
fármacos para tratamento de câncer. Até o momento tem dado certo. O propósito
nosso é expandir a prática para outras necessidades”, expôs o juiz.
TJPB Por
Eloise Elane com Angelina Mendonça (Estagiária)
Nenhum comentário:
Postar um comentário