Esta semana o governo Ricardo Coutinho encerra um semestre dos oito a que tem direito até 2014.
Na análise de perdas e ganhos, erros e acertos, o governo sai deste período como avião quem enfrenta a turbulência logo após a decolagem, sem nem sequer chegar à altitude de vôo adequada para o trajeto inteiro.
Em parte, por decisão do próprio piloto. Noutra, em razão de passageiros exigentes que, por causa de anos e anos de atraso, reclamavam uma decolagem rápida, independentemente do mau tempo.
Ricardo Coutinho só começou a pilotar a Paraíba no dia 1º de janeiro de 2011. Mas foi cobrado como se a conduzisse à Paraíba há vários anos. Não existe imunidade de tempo para o governante. O povo, sedento de resultados, tem uma ampulheta com menos areia.
Então, sem nem completar dois meses de gestão, Ricardo sofreu nas costas o peso de anos e anos de defasagem salarial de policiais civis e militares. Enfrentou greve de médicos e ainda mobilização dos professores.
Na Segurança Pública, viu o crescimento de alguns índices da criminalidade. E, pra fechar, ainda adotou medidas consideradas “anti-populares” como corte de salários e exonerações.
Conseguiu, mesmo em meio a nuvem carregada, implantar projetos de alcance popular, como o Paraíba Integrada e o Empreender-PB, bem como reiniciar obras importantes, a exemplo do Centro de Convenções e a Adutora Translitorânea, pra dar o tom de “governo construtor” que é necessário em qualquer gestão
Pra acalmar o servidor, pagou metade do décimo terceiro antes do São João.
Viu o céu desanuviar. Prova de que, mesmo errando, está no caminho certo?
O fato é que Ricardo peitou todas as decisões, as certas e as erradas, sem hesitar como se quisesse enfrentar a maior das turbulências logo no início a fim de facilitar o decorrer da viagem. É visível que o governo começa a mostrar sinais de que pretende engrenar.
Já que era pra sacrificar um semestre em nome dos demais, o governo Ricardo escolheu logo o primeiro. Se pudesse comparar com os demais, Ricardo certamente gostaria que esse primeiro semestre fosse o pior de toda a gestão. E único, claro.
Luís Tôrres
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