A história do homem é por natureza, uma história de luta, guerra e, sobretudo de violência. Mesmo nos mais elevados níveis de civilização o culto a violência, através de competições sangrentas, mortes e sacrifícios sempre estiveram presentes. É, portanto inteiramente compreensível, que mesmo no século 21 o homem se divirta como conta a história há mais de 2000 mil anos atrás. Haja vista, que a diferença entre as lutas praticadas nos ringues e tatames, pouco diferem das arenas. Assim como as bizarrices, do teatro romano são lembradas hoje nas “videocassetadas”. As pessoas continuam rindo com uma pessoa caindo, com um velho perdendo a dentadura, uma senhora idosa mostrando as partes íntimas ou uma criança fazendo e por aí vai. Tudo isso pode ser visto em casa sentado em um confortável sofá por toda a família, como a coisa mais natural. O que essa gente, inocentemente, não imagina é o quanto isto pode afetar a nova geração. O gosto pelo bizarro, que vem crescendo a cada dia, pode ser aprimorado em programas de televisão. Cenas de violência e desrespeito humano recebem patrocínio até pelo elevado nível de audiência. Ninguém se importa se alguém é levado à exacerbação, pela insistência de um repórter caricato e inoportuno. Muitas pessoas adoram ver alguém perder as estribeiras. Sendo alguém do cenário nacional os jornais dão destaque como se fosse uma notícia séria. Na busca pela imitação desta medonha ópera, algumas crianças resolvem levar o programa a escola, com direito a platéia e a interação dos colegas. Depois, escolhem suas vítimas, geralmente, crianças mais tímidas, portadoras de algum trauma, na maioria das vezes, sem muita atenção dos pais. Hoje, as crianças vão mais cedo para escola. Algumas são, simplesmente, depositadas ali, por falta de vocação materna ou paterna. O filho foi um acidente de percurso. No outro lado vem aquela criança que a permissividade familiar cultua suas aventuras, mesmo as mais perversas. Mais ainda, se orgulham disso. É a criança esperta. Esta esperteza, de mentir, dar respostas afiadas e não respeitar os adultos que é confundida com inteligência. A tragédia numa Escola Municipal do Rio de Janeiro comoveu e revoltou o Brasil inteiro. Mas, perguntamos: o que aconteceu para um ser humano chegar a ser um Wellington Menezes de Oliveira? O rapaz tinha premeditado até a própria morte (inevitável) a ponto de escrever uma bula de seu sepultamento e todas as suas mágoas. É bom pensar nisso?
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