O
Congresso Nacional realizou, nesta terça-feira (25), sessão solene de
comemoração aos 20 anos de lançamento do Plano Real. O plano permitiu que o
Brasil conhecesse a estabilidade econômica e debelasse a hiperinflação
brasileira. A este propósito, e mirando especialmente os mais jovens, o senador
Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou, durante a sessão, o cenário histórico no qual o
Real foi lançado.
-
Em abril de 1990, a inflação acumulada em 12 meses era de 6.821%, absoluto
recorde até hoje em nossa história. Foram mais de 10 anos de inflação acima do
patamar de 100%. A média da década alcançou inacreditáveis 694% - afirmou o
tucano mineiro.
Antes
do lançamento do Plano Real, em fevereiro de 1994, o país enfrentava uma
inflação mensal de 46,58%. No ano anterior, chegou a acumular 2.477% e, em
1990, havia atingido o recorde de 6.821% ao ano.
RENOVAÇÃO
- Grande homenageado da sessão solene do Congresso Nacional em
comemoração aos
20 anos de lançamento do Plano Real, realizada nesta terça-feira (25), o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o Brasil precisa, no momento,
de novos rumos e do "entusiasmo" das novas gerações.
-
Há momentos em que é preciso renovar. Estamos no momento do grande salto! -
afirmou.
Ao
clamar pela abertura de novos horizontes para o Brasil, Fernando Henrique
considerou insustentável a convivência com um sistema político-eleitoral que
reúne mais de 30 partidos e quase 40 ministérios. Afirmou ainda que a
paralisação das reformas – especialmente a política – cobra seu preço pela ineficiência
da máquina pública.
-
A economia contemporânea é a do conhecimento e da inovação. Perdemos o momento
da fartura de capitais, mas não sou pessimista. Sou otimista com realismo –
observou.
CONVENCIMENTO
- O mesmo movimento conciliatório pregado hoje por Fernando Henrique foi
buscado, em 1994, para operar as mudanças econômicas que viabilizariam o Plano
Real.
-
O Plano Real foi uma construção política que nasceu da democracia. Para que
pudéssemos avançar, percebemos que não poderíamos fazer nada pela imposição,
mas pelo apelo, pelo convencimento – comentou Fernando Henrique, que capitaneou
o lançamento do plano como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco.
CREDIBILIDADE
- Com a confiança arranhada junto aos credores internacionais e sem o apoio do
Fundo Monetário Internacional (FMI), circunstâncias geradas pela decretação de
moratória, Fernando Henrique reconheceu ter abraçado um duro trabalho de
reconstrução da credibilidade do país. E creditou parcela importante da
recuperação deste prestígio à decisão do então governo brasileiro de que nada
seria feito em detrimento do ordenamento jurídico.
-
Se algum papel eu tive foi o de porta voz do clamor que tomava conta do Brasil,
que não aguentava mais a imprevisibilidade gerada pela inflação. Naquele
momento, a situação era de tal desesperar que a sociedade estava aberta a esse
caminho – relembrou Fernando Henrique, destacando um misto de ousadia com
humildade como principais ingredientes desta receita de sucesso. Aliás, FHC
falou nove vezes a palavra humildade ao longo do seu pronunciamento.
LIDERANÇA
- Para o senador Cássio Cunha Lima, “Fernando Henrique foi o líder capaz de
reunir inteligências, somar esforços e fazer o país convergir para debelar a
hiperinflação e pavimentar importantes conquistas, como a reestruturação da
dívida dos Estados, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o fim
de monopólios estatais e a abertura do Brasil para uma maior integração com o
mundo”.
“Agora
é a hora de o Brasil dar um novo salto de qualidade” – disse Cássio, para quem
“os desafios diante de um crescimento econômico pífio, educação de baixa
qualidade, mobilidade urbana estrangulada, saúde precária e violência urbana
requerem compromisso com um projeto de país, que não combina com estratégia de
perpetuação no governo”.
Assessoria
do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) com Agência Senado
Foto:
Jaciara Aires e Geraldo Magela (Agência Senado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário