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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Congresso Nacional comemora 20 anos de Plano Real


O Congresso Nacional realizou, nesta terça-feira (25), sessão solene de comemoração aos 20 anos de lançamento do Plano Real. O plano permitiu que o Brasil conhecesse a estabilidade econômica e debelasse a hiperinflação brasileira. A este propósito, e mirando especialmente os mais jovens, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou, durante a sessão, o cenário histórico no qual o Real foi lançado.
- Em abril de 1990, a inflação acumulada em 12 meses era de 6.821%, absoluto recorde até hoje em nossa história. Foram mais de 10 anos de inflação acima do patamar de 100%. A média da década alcançou inacreditáveis 694% - afirmou o tucano mineiro.

Antes do lançamento do Plano Real, em fevereiro de 1994, o país enfrentava uma inflação mensal de 46,58%. No ano anterior, chegou a acumular 2.477% e, em 1990, havia atingido o recorde de 6.821% ao ano.

RENOVAÇÃO - Grande homenageado da sessão solene do Congresso Nacional em
comemoração aos 20 anos de lançamento do Plano Real, realizada nesta terça-feira (25), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o Brasil precisa, no momento, de novos rumos e do "entusiasmo" das novas gerações.

- Há momentos em que é preciso renovar. Estamos no momento do grande salto! - afirmou.

Ao clamar pela abertura de novos horizontes para o Brasil, Fernando Henrique considerou insustentável a convivência com um sistema político-eleitoral que reúne mais de 30 partidos e quase 40 ministérios. Afirmou ainda que a paralisação das reformas – especialmente a política – cobra seu preço pela ineficiência da máquina pública.

- A economia contemporânea é a do conhecimento e da inovação. Perdemos o momento da fartura de capitais, mas não sou pessimista. Sou otimista com realismo – observou.

CONVENCIMENTO - O mesmo movimento conciliatório pregado hoje por Fernando Henrique foi buscado, em 1994, para operar as mudanças econômicas que viabilizariam o Plano Real.

- O Plano Real foi uma construção política que nasceu da democracia. Para que pudéssemos avançar, percebemos que não poderíamos fazer nada pela imposição, mas pelo apelo, pelo convencimento – comentou Fernando Henrique, que capitaneou o lançamento do plano como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco.

CREDIBILIDADE - Com a confiança arranhada junto aos credores internacionais e sem o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), circunstâncias geradas pela decretação de moratória, Fernando Henrique reconheceu ter abraçado um duro trabalho de reconstrução da credibilidade do país. E creditou parcela importante da recuperação deste prestígio à decisão do então governo brasileiro de que nada seria feito em detrimento do ordenamento jurídico.

- Se algum papel eu tive foi o de porta voz do clamor que tomava conta do Brasil, que não aguentava mais a imprevisibilidade gerada pela inflação. Naquele momento, a situação era de tal desesperar que a sociedade estava aberta a esse caminho – relembrou Fernando Henrique, destacando um misto de ousadia com humildade como principais ingredientes desta receita de sucesso. Aliás, FHC falou nove vezes a palavra humildade ao longo do seu pronunciamento.

  
LIDERANÇA - Para o senador Cássio Cunha Lima, “Fernando Henrique foi o líder capaz de reunir inteligências, somar esforços e fazer o país convergir para debelar a hiperinflação e pavimentar importantes conquistas, como a reestruturação da dívida dos Estados, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o fim de monopólios estatais e a abertura do Brasil para uma maior integração com o mundo”.

“Agora é a hora de o Brasil dar um novo salto de qualidade” – disse Cássio, para quem “os desafios diante de um crescimento econômico pífio, educação de baixa qualidade, mobilidade urbana estrangulada, saúde precária e violência urbana requerem compromisso com um projeto de país, que não combina com estratégia de perpetuação no governo”.


Assessoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) com Agência Senado

Foto: Jaciara Aires e Geraldo Magela (Agência Senado)

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